Ao anunciar aposentadoria, Dom Paulo Cardoso relembra trajetória e pede que comunidade acolha novo Bispo
Fonte: www.granderiofm.com.br

Uma missa e uma entrevista coletiva marcaram na manhã desta quarta-feira (27) o anúncio, por parte do Bispo Dom Paulo Cardoso, de sua aposentadoria. Ele, que assumiu em 1º de maio de 1985, deixa a administração da Diocese de Petrolina após 27 anos de um trabalho voltado para a realização de missões e recrutamento de vocações.
Durante a entrevista, o bispo recordou-se dos primeiros anos de sua gestão. “Estava muito bem em minha paróquia em Caruaru e fui pego de surpresa com o convite do Papa. Só me coube dar o sim, mesmo com muito tremor e temor. Em visita a Dom Gerardo Andrade Ponte, ele me disse que tinha dó de mim e que eu era um general sem soldados, brincando. Na época nosso clero era muito reduzido, tínhamos 14 a 15 padres e alguns já de idade, numa área muito grande (sertão do Araripe, Central e do Submédio São Francisco)”, contou.
Pouco tempo depois a situação foi se modificando e no ano passado, antes da criação da Diocese de Salgueiro, o número chegava a 50 padres e um grande número de seminaristas. “Foi longo e tudo o que aconteceu foi uma sinfonia a muitas mãos – com apoio dos nossos padres, religiosos que animam a comunidade e apoio dos meios de comunicação social”, disse.
Ele explicou, ainda, que só deixou os trabalhos em Petrolina devido à completude de sua idade canônica, de 75 anos, mas relatou ainda tem muitos planos. A princípio, como o novo Bispo Dom Manoel dos Reis Farias será empossado apenas em 1º de outubro, Dom Paulo Cardoso seguirá durante esse período como administrador apostólico da Diocese – com todos os poderes de bispo.

Segundo Dom Paulo, vale ressaltar que Bispos geralmente têm posicionamentos e modelos de gestões diferentes de acordo com suas características pessoais e também dependendo da época de sua administração, mas não devem ser encarados com receio, mas como continuadores da obra de Deus.
“Eu era um jovem padre e me encontrei com o Papa Paulo VI e na ocasião, em que toda a América Latina vivia períodos militares, perguntaram-lhe se ele era progressista ou conservador. E respondeu sorrindo que era continuador. Não adianta taxar ou etiquetar. O importante é que o mesmo tesouro que recebemos, nós vamos trabalhando para enriquecê-lo e passá-lo adiante. Prossigamos todos e acolham Dom Manoel, que será o 7º bispo de Petrolina. Ele é uma pessoa humana, simples, humilde e muito bondosa – condições básicas para ser um bom pastor que dará sua vida pelas ovelhas da região”, finalizou.