Artigo publicado no jornal Gazzeta do São Francisco no dia de hoje, 28 de julho de 2011.
Na manhã de ontem, 27 de julho, dia de nomeações do Vaticano para o Brasil e outros países, tomamos conhecimento da aceitação, pelo Papa Bento XVI, da renúncia do nosso pastor diocesano Dom Frei Paulo Cardoso, por limite de idade, com base no Cânon 401 § 1º do Código de Direito Canônico, que estabelece a idade de 75 anos para o pedido de renúncia. Frei Paulo completa 77 anos no próximo mês de outubro.
Na manhã de ontem, 27 de julho, dia de nomeações do Vaticano para o Brasil e outros países, tomamos conhecimento da aceitação, pelo Papa Bento XVI, da renúncia do nosso pastor diocesano Dom Frei Paulo Cardoso, por limite de idade, com base no Cânon 401 § 1º do Código de Direito Canônico, que estabelece a idade de 75 anos para o pedido de renúncia. Frei Paulo completa 77 anos no próximo mês de outubro.
Nos próximos três meses devemos, como Igreja viva, expressar, em atitudes, a nossa pertença à Diocese, povo de Deus que está em Petrolina. A atitude que mais convém, neste momento, sem dúvidas alguma, é agradecer ao Deus Providente pelo pastor zeloso, com a causa das missões e das vocações, principalmente. Cresci, assim como outros tantos, no governo pastoral de Frei Paulo, que desde 1985 veio somar esforços na evangelização desta Diocese, desafiadora pelo seu grande território e pelo crescimento vertiginoso, em se tratando de uma região integrada de desenvolvimento.
Frei Paulo viveu de forma simples, abdicando até de um transporte próprio, assumindo na própria pele o seu lema episcopal: “Evangelizar os pobres”. Parecia sentir-se incomodado diante das pompas que lhe eram devidas, como sucessor dos apóstolos, mas expressava a sua alegria quando podia compartilhar a sua vida, sua catequese e seus “causos” com a gente do povo, trabalhadora, sofrida, que via em suas palavras um sinal de esperança e, em sua pessoa, a presença de um operário da vinha do Senhor, que os escuta e acolhe. Realmente, mostrava que era o “bispo do povo”, romeiro, missionário. Viveu a proposta de Jesus, ao acolher os simples como os preferidos do Reino e fazendo-se um com eles.
No seu governo pastoral, Frei Paulo viveu grandes alegrias, quando em um único ano ordenou oito padres, fato sem precedentes na história da Diocese. Mas atingiu um objetivo bastante ousado e necessário, quando intermediou a criação de uma nova Diocese, a de Salgueiro, sonhada desde 1993 e só finalmente erigida em 12 de outubro de 2010, com a chegada do seu primeiro bispo. A presença de mais de vinte bispos e do Núncio Apostólico, no Sertão Central, foi uma cena inesquecível para quem plasmou a identidade da nova Igreja Diocesana, nascida sob os auspícios de Santo Antonio.
Frei Paulo nutriu, em seu ministério, três grandes amores: “Um grande amor a Jesus, um grande amor à Maria, mãe de Jesus, e um grande amor à Igreja de Jesus” – pus na íntegra uma frase muito característica de suas pregações. Foi este tríplice amor, conjugado em um só, a base de sua atividade missionária, razão do seu ser bispo e cristão, o fundamento sólido que o fazia gigante, diante das grandes romarias, dos Jubileus convocados, dos Congressos Missionários e dos obstáculos que tentavam, a todo custo, sufocar o seu trabalho. Fiel aos seus ideais e princípios, fez-se tudo para todos, imprimindo a sua marca em nossa Diocese e na vida do nosso povo.
Solícito ao rebanho de nossa Igreja Particular, também no dia de ontem, o Papa Bento XVI nomeou como 7º Bispo da Diocese, Dom Manoel dos Reis de Farias, bispo de Patos-PB. Com 65 anos de idade, deixa a Diocese paraibana com trabalhos em prol das vocações, com a ordenação de mais de 15 padres e diáconos permanentes; da prevenção das drogas, com a instalação da Fazenda da Esperança; da comunicação, com o seu programa semanal e a aquisição de uma emissora de rádio e das construções, sobretudo de templos, como o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que se tornará o maior do Nordeste.
Obrigado, Frei Paulo. O povo de Petrolina se sente honrado por sua dedicação, seu amor constante e visível a Deus e à Igreja e por ter assumido com ardor a causa dos menos favorecidos. Bem-vindo, Dom Manoel! Receba o afeto e a acolhida deste povo, que aguarda a chegada do seu novo Pastor, no próximo dia 1º de outubro, para continuar a obra aqui iniciada, numa cidade tida como “inexpressível”, mas que mostra a força de um povo de fé e trabalho!
*Professor de Ensino Religioso do Colégio Dom Bosco.